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Friday, July 9, 2010

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REGIONALISMOS

Juro que não sabia, até porque não fui eu quem criou o nome deste blog. Estou falando sobre a existência de uma música de Kleiton e Kledir cujo nome é Capaz. Até onde sei, segundo fontes de uma das comunidades no Orkut dedicadas à dupla gaúcha, essa canção foi gravada no CD Ao vivo, de 2005. Dei uma passadinha no site oficial dos irmãos e confirmei: realmente os fãs têm razão.

Outra surpresa surgiu ao verificar que o significado da palavra “capaz” no dialeto gaúcho não é compreendido por muitos pelo Brasil afora. Afinal, nosso país é imenso e os regionalismos mais ainda. Resultado disso é um charme todo especial nas diferenças em nossa língua portuguesa.

“Capaz” é uma única palavra, mas carrega em si um significado extenso. Deu para entender? Compliquei, não é? Vamos deixar então para os especialistas. É parecido com a expressão “aonde”, segundo o dicionário Houaiss: “ante uma afirmação, indica dúvida ou descrença. Ex.: o presidente renunciou. – Aonde!”.

Já Luiz Augusto Fischer no Dicionário do Porto-Alegrês explica o uso da palavra “capaz” da seguinte maneira: “Resposta negativa sintética, de alta expressão e de grande uso. (...) ‘Tu vai lá?’ Responde a moça, entre o espantada com a pergunta e o indignada com a mesma coisa: ‘Capaz’. (...) Deve ter-se originado de uma pergunta de resposta a uma pergunta; no caso aí de cima, a resposta da moça, por extenso, seria algo como ‘Então tu achas que eu seria capaz de ir lá?’”

No vídeo a seguir, de Kleiton e Kledir cantando Capaz, Kledir fala um pouco sobre o regionalismo. Confira e divirta-se:




Luiza Prestes Karam

Wednesday, June 9, 2010

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BONECA DE FRALDA

Antes de mais nada, olá para todos! Sei que não interessa muito saber quem eu sou, mas para mim é importante fazer uma apresentação.

Quando era criança, bem pequenina mesmo, no tempo do maternal, uma professora perguntou para mim: "não usa mais fraldas, boneca"? Não me lembro nem sob tortura ou hipnose, mas minha mãe me contou essa passagem marcante de minha vida. Pode ter sido um bloqueio, afinal, possuo boa memória. O problema é que sim, ainda precisava de um aparato porque não conseguia controlar minha bexiga. Pior foi escutar a pergunta de um vizinho um pouco mais velho sobre aquelas fraldas no varal. Dessa vergonha eu me lembro. Aliás, um dos maiores embaraços da minha vida. Se ao menos fossem descartáveis...

Enfim, o tempo passou, saí do berço, cresci, não muito, e parei de fazer xixi na calça. Isso foi lá pelos idos de 80. Daí, quando alguém me chama de boneca, vem a recordação da história da fralda. E também do pavor das minhas bonecas. Eu virava todas contra a parede, Deus me livre aqueles seres com olhos que se abriam e se fechavam vigiando meu sono. Eu sou da época daquele boato sobre o boneco do Fofão, dá pra imaginar, não é? Depois de ver o primeiro filme do Chuck então, tudo piorou. Passei a cultivar somente ursinhos de pelúcia.

Mas, qual é o motivo de tudo isso? Ah, sim, há alguns dias, uma das idealizadoras desta revista, Denise Machado, mandou um recado chamando-me de boneca e por isso comecei esse devaneio todo. Na verdade, eu queria explicar o nome do blog e fui para outro lado. É dela a ideia do nome do blog. Minha mãe, aquela que contou a história do maternal, ela sim é gaúcha. Eu não.

Gosto da cultura de lá e já morei em Porto Alegre. Também sou do sul, mas de Curitiba, talvez a capital mais fria do Brasil. Aí está uma boa explicação de eu fazer tanto xixi quando era menor e precisar de fraldas. Ou você acha que é fácil tirar tantas ceroulas para ir ao banheiro?


Luíza Prestes Karam